3 de Setembro, 2012

A Associação Portuguesa de Bancos (APB) publica hoje os Boletins Informativo e Estatístico relativos ao ano de 2011. Nestes documentos são analisados os dados de 33 das 36 instituições financeiras que a APB representa.

Boletim Informativo 2011
Boletim Estatístico

Em 2011, a actividade das instituições financeiras associadas desenvolveu-se no contexto de um enquadramento macroeconómico e financeiro particularmente difícil, no qual também surgiram novas exigências ao sector bancário por parte das autoridades, nomeadamente: o reforço do rácio mínimo de capital core Tier 1 para 9% e 10%, respectivamente, até finais de 2011 e 2012; a redução do rácio de transformação para 120% até Dezembro de 2014 e a realização de inspecções para avaliação das carteiras de crédito com referência a 30 de Junho de 2011, no âmbito do Programa Especial de Inspecções (SIP) do Banco de Portugal, aplicável aos oito maiores grupos bancários; e, a revisão do sistema de saneamento e liquidação das instituições financeiras contemplado no Regime Geral das Instituições de Crédito e Sociedades Financeiras com o intuito de reforçar os mecanismos de recuperação e resolução da banca.

Neste contexto, há que salientar os seguintes dados das instituições financeiras associadas da APB:

• Uma evolução positiva do rácio de transformação que foi de 139% em 2011, face ao valor de 152,2% em 2010. Esta diminuição deveu-se à redução do crédito bruto a clientes (-8.062 milhões de euros, ou seja -2,8%) e ao aumento dos recursos de clientes e outros empréstimos (+14.092 milhões de euros, ou seja +7,4%).

• A estrutura de financiamento das instituições financeiras associadas ficou mais estável, devido à forte captação de depósitos de longo prazo de clientes e à participação nas operações de refinanciamento de longo prazo do BCE. Relativamente ao recurso ao BCE, este foi usado quase na totalidade para reduzir saldos de outras operações de curto prazo, prática que aliás já vinha a ser realizada desde o segundo semestre de 2011.

• Um resultado antes de impostos com um valor negativo de -1.938 milhões de euros em 2011, correspondendo a rendibilidade dos capitais próprios (ROE) de -7,53%, que no ano anterior tinha registado um valor positivo de 3,85%. No entanto, se excluirmos os impactos extraordinários que ocorreram em 2011, na ordem dos 1.875 milhões de euros, o resultado antes de impostos teria sido de -63 milhões de euros, o que levaria a um ROE praticamente nulo. Estes impactos extraordinários deveram-se designadamente à transferência parcial dos fundos de pensões dos bancos para o Estado, ao reconhecimento de imparidades de crédito adicionais resultantes do SIP, à aplicação de um haircut sobre a dívida soberana da Grécia e a um imposto sobre a banca (“contribuição sobre o sector bancário”).

• O rácio core Tier 1 alcançado em 2011 foi de 9,4%, tendo aumentado relativamente ao ano anterior (8,1%), o que reflecte um esforço assinalável por parte das instituições financeiras para satisfazer os requisitos de supervisão.

• A rede de balcões registou um decréscimo de 152 agências bancárias, após vários anos de expansão. No final de 2011 o número total de balcões em todo o país era de 6.080.

• O número global de colaboradores diminuiu cerca de 2,2% no último ano, situando-se nos 57.130 empregados no final de 2011. Esta evolução deveu-se essencialmente à aplicação de políticas de redução de custos.