26 de Janeiro, 2016

O presidente da Associação Portuguesa de Bancos (APB) foi um dos oradores da conferência realizada em Janeiro pelo IDEFF – Instituto de Direito Económico, Financeiro e Fiscal, na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, sob o tema ‘O Sistema Financeiro Português, 40.000 milhões de imparidades depois’.

“A atividade bancária funda-se na confiança, as suas decisões implicam risco (sendo que a avaliação e gestão do risco são fulcrais na performance dos bancos) e, pelo facto de gerir o dinheiro dos depositantes, obriga à máxima responsabilidade. Mas a confiança não depende só do desempenho dos bancos, está intimamente ligada à estabilidade política e macroeconómica e à perceção dos mercados e dos clientes”, disse Fernando Faria de Oliveira.

“Uma banca responsável, forte, moderna e confiável, bem capitalizada, rentável e competitiva, é indispensável ao desenvolvimento económico e social. Por isso, o poder político e as autoridades têm um papel chave na promoção e defesa da estabilidade do sistema financeiro”, acrescentou ainda.
No seu discurso, o presidente da APB revisitou as crises dos últimos anos, recordando os seus efeitos na banca: “o nosso sector bancário, depois de demonstrar grande resiliência e um dos melhores desempenhos a nível da banca europeia no período da crise internacional 2008-2010, foi afetado pela crise da dívida soberana e pela consequente, inevitável e profunda recessão económica 2010-2014. O sector bancário foi vítima da crise da dívida soberana, teve de proceder a medidas de reparação, restruturação e fortalecimento”.

Fernando Faria de Oliveira identificou também os desafios mais relevantes com que o sector se depara atualmente, sublinhando a importância de “se ter presente que a banca é não só o coração, mas também um espelho da economia: a resolução dos problemas estruturais da economia, em especial os problemas da subcapitalização e do excessivo endividamento, determina em larga medida os desafios que a banca atravessa”.

“É, por isso, imprescindível que se interiorize quão fundamental é a saúde do sistema bancário para o desenvolvimento económico e social do nosso país e se trabalhe intensamente – Governo, Reguladores, Bancos e seus stakeholders – para o seu fortalecimento, envolvendo ação estratégica tanto quanto possível consensual”, concluiu.

Leia o discurso na íntegra aqui.