5 de Dezembro, 2022

Uma operação conjunta de 25 países, apoiada pela Europol, Eurojust, INTERPOL e a Federação Bancária Europeia (EBF), da qual a APB é membro, permitiu impedir mulas de dinheiro e seus angariadores de  branquear capitais no valor de 17,5 milhões de euros.

Esta operação foi realizada entre meados de setembro e final de novembro de 2022, tendo sido identificadas 8.755 mulas de dinheiro, juntamente com 222 recrutadores. No total, foram detidos 2.469 indivíduos em todo o mundo.

Só em Portugal, a Polícia Judiciária, em articulação com a EUROPOL/European Cybercrime Center (EC3), identificou 262 pessoas que operavam como “mulas de dinheiro” e 9 angariadores. Foram ainda identificadas 349 contas bancárias que eram usadas para transações ilícitas e 262 vítimas de crime. A nivel nacional, estariam envolvidas perdas superiores a 4,5 milhões de euros.

Na sua oitava edição, a European Money Mule Action (EMMA8) já passou as fronteiras europeias, tendo sido realizadas ações também na Colômbia, Singapura e Austrália.

O EMMA é a maior operação internacional deste tipo, assente na ideia de que a partilha de informação entre entidades públicas e privadas é fundamental para combater crimes inovadores e complexos.

Este ano, e com a coordenação contínua da EBF, cerca de 1.800 bancos e instituições financeiras colaboraram nesta ação, através de denuncias relacionadas serviços de transferências online, trocas de criptomoeda e procedimentos de “Know Your Customer”.

Principais resultados:

• 2.469 mulas de dinheiro detidas

• 1.648 investigações criminais iniciadas

• 4.089 transações fraudulentas identificadas

• € 17,5 milhões intercetados

Países participantes:

Austrália, Áustria, Bulgária, Colômbia, Chipre, República Checa, Estónia, Grécia, Hungria, Singapura e Hong Kong (China), Irlanda, Itália, Moldávia, Holanda, Polónia, Portugal, Roménia, República Eslovaca, Eslovénia, Suécia, Suíça, Espanha, Reino Unido, Estados Unidos.

Um elo na cadeia de lavagem de dinheiro

Se já foi contactado alguma vez para transferir dinheiro em nome de outra pessoa:

• Seja por um amigo ou romance através das redes sociais;

• Seja porque alguém que lhe oferece uma maneira rápida de ganhar dinheiro;

• Seja alguém que precisa de ajuda porque não pode usar a própria conta bancária;

Então, sim, pode ter estado na presença de um “angariador” de mulas de dinheiro. Se fez o que lhe pediram, pode inclusivamente ter cometido um crime.

A questão pode parecer trivial mas a quantidade de dinheiro que é “lavada” através das mulas de dinheiro não é. As mulas de dinheiro são uma parte crucial do esquema da lavagem de dinheiro, pois permitem que os criminosos movam fundos rapidamente, através de uma rede de contas bancárias, muitas vezes em países diferentes.

As mulas de dinheiro são geralmente utilizadas através do cibercrime, com as mulas a transferir o produto da sua jurisdição para o país de origem do criminoso.

#DontBeaMule

Esta semana, a Europol, juntamente com parceiros internacionais, a Federação Bancária Europeia e instituições financeiras, irá sensibilizar para este crime e as suas implicações criminais através da campanha #DontBeaMule. Saiba mais sobre Money Mule e os cuidados a ter também no site da APB e no Saber de Contas.

A campanha está disponível para download, em 26 idiomas, e pretende informar e sensibilizar o público sobre o modo como estes criminosos agem, como podem reconhecer-se os sinais e o que devem fazer as vitimas caso se tornem alvos.