Em 2024, o sector bancário português voltou a registar uma melhoria da rendibilidade, justificada, essencialmente, pela redução na constituição de provisões e imparidades que mais do que compensou o aumento dos custos operacionais. Na margem financeira verificou-se ainda uma ligeira subida, apesar da descida das taxas de juro.
A solvabilidade do sector bancário português voltou a reforçar-se, atingindo níveis historicamente elevados e reforçando o seu diferencial face à média da Área do Euro. Os lucros acumulados nos últimos anos contribuíram para um reforço significativo da capacidade interna de geração de capital dos bancos, permitindo-lhes constituir reservas de segurança robustas e sustentar a resiliência do sector face a choques adversos adicionais. Ainda assim, conseguir manter a rendibilidade acima do custo do capital é essencial para preservar a solidez financeira do sector, atrair investimento e assegurar uma resposta eficaz às necessidades de financiamento da economia.
O sector bancário enfrenta, no entanto, desafios cada vez mais complexos – de natureza económica, climática, regulamentar e concorrencial – que exigem uma resposta estratégica integrada. Destacam-se, entre esses desafios, a continuidade do processo de transformação digital dos serviços financeiros, a transição para uma economia mais sustentável, a integração destes fatores na gestão do risco e o reforço da resiliência operacional face ao aumento da sofisticação dos ciberataques e de fraudes nos sistemas de pagamentos.